Ritos Praticados

O Rito Escocês Antigo e Aceito é o mais praticado no Brasil e na maioria dos países da América Latina nos graus simbólicos, e é o Rito mais praticado no mundo nos Graus Superiores. Apesar de muitos autores e Irmãos declararem que o Rito teve origem na França, isso é algo discutível. O Rito foi realmente consolidado na França, mas sua origem pode se dizer escocesa, visto que teve origem quando Carlos I, rei da Inglaterra e de origem escocesa, exilou-se com sua família e famílias nobres mais próximas (também de origem escocesa) na França. Desse nicho originou-se na França o Rito de Heredom, composto de 25 graus. Mas apenas nos EUA o Rito passou a ter 33 graus e a ser chamado de Rito Escocês Antigo e Aceito. Digamos então que é um rito criado nos EUA sobre uma base francesa com raízes escocesas. Os 33 graus do Rito Escocês são concedidos em Loja Simbólica, Loja de Perfeição, Capítulo Rosa Cruz, Conselho Kadosh e Consistório.

O Rito Adonhiramita, hoje só praticado no Brasil e em Portugal. É também chamado de Maçonaria Adonhiramita, nasceu de uma controvérsia, na França do século XVIII, em torno de Hiram Abiff ("Hiram, meu pai"), chamado de Adon-Hiram ("senhor Hiram"), e Adonhiram, que, segundo os textos bíblicos, era um senhor das corvéias, por ocasião da construção do Templo de Jerusalém, mais conhecido como Templo de Salomão.

Em 1744, Louis Travenol, sob o pseudônimo de Leonard Gabanon, em sua obra "Cathécisme des Francs Maçons ou le Secret des Francs Maçons", confundiu Adonhiram com Hiram Abiff, o que fez com que os ritualistas se dividissem, pois, para uns, Adonhiram e Hiram eram a mesma pessoa, enquanto outros sustentavam uma teoria dualista, divergindo quanto à ação de cada um dos personagens: um grupo sustentava que Adonhiram não havia sido mais do que um subalterno, ao passo que o outro via, nele, o verdadeiro protagonista do terceiro grau.

Se tornou mais conhecido através da publicação do "Recueil Précieux de la Maçonnerie Adonhiramite", publicado em 1782, por Louis Guillemain de Saint-Victor, e que Ragon, sem nenhum fundamento, atribuiu, erradamente, ao barão de Tschoudy. Essa primeira compilação envolvia os quatro primeiros graus e foi completada, em 1785, pelo mesmo Louis Guillemain, com uma compilação complementar abordando oito Altos Graus, completando os doze graus ritualísticos do rito.

Ao lado do Rito Moderno, o Rito Adonhiramita foi um dos primeiros introduzidos no Brasil, precedendo, por pouco tempo, o primeiro, no início do século XIX. O Grande Oriente do Brasil – inicialmente Grande Oriente Brasílico – criado em 1822, todavia, adotou o Rito Moderno. E isso é comprovado, através de atas do Grande Oriente, em 1822, as quais se referem ao "sistema dos sete graus”.

Embora, no início do século XIX, o Rito tenha tido muita aceitação, ele acabaria, logo, sendo praticamente ignorado, pois, quando, depois do fechamento do Grande Oriente Brasílico – a 25 de outubro de 1822 – foi reerguida a Maçonaria brasileira, em 1830 e 1831, através de dois troncos, o Grande Oriente Brasileiro e o Grande Oriente do Brasil, respectivamente, nenhuma Loja adotou o rito. Ele só seria reintroduzido em 1837, quando foi fundada a Loja "Sabedoria e Beneficência", de Niterói, regularizada a 16 de janeiro de 1838, na jurisdição do Grande Oriente do Brasil, vindo a abater colunas em 1850.

Na Europa, o Rito Adonhiramita foi praticado na França e em Portugal, difundindo-se das colônias e sendo o preferido da armada napoleônica. Com a difusão do Rito Francês ou Moderno, o Rito Adonhiramita começou a ser abandonado, restringindo a sua prática ao Brasil, onde se encontra a sua Oficina Chefe. Graças a isso, o Rito manteve a sua pureza original e não sofrendo as influências do teosofismo, ocorrida com os outros ritos no final do século XIX.

Dentre as principais características do rito se destacam os cerimoniais do fogo e da incensação, que trazem os aspectos exotéricos para o rito, sua circulação em infinito que se distingue dos demais ritos. E desta-se que os irmãos praticantes desse rito se tratam por “Amados Irmãos”, pois isso induz subliminarmente o princípio da ampla e irrestrita fraternidade que deve nortear a relação entre os maçons. Por essa razão também é chamado de “Rito do Amor”.

O Rito Moderno é um rito laico da maçonaria que abriga diversas formas de filosofias como o "deísmo, panteismo e o agnosticismo", com grande difusão e prática no continente europeu, onde é conhecido usualmente por Rito Francês e também por Rito Francês Moderno.

O nome deve-se à adoção do Ritual da "primeira" Grande Loja de Londres, dita dos Modernos e que foi traduzido para utilização das primeiras Lojas Simbólicas em França, assim o Rito dos "modernos" é traduzido para francês e passa a denominar-se, por facilidade e abreviação de Rito Francês ou Rito Moderno (neste último caso nos países anglo-saxónicos e na américa latina), em vez de Rito Francês ou Moderno, como é a sua designação correta, principalmente a partir de 1801, quando o Grande Oriente de França publica o "Régulateur du Maçon" para utilização nas Lojas Simbólicas.

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Este é um Rito maçônico utilizado por várias lojas na Alemanha. Criado por Friedrich Ulrich Ludwig Schröder, e submetido aos Mestres de Hamburgo em 29 de junho de 1801, que o adotaram por unanimidade. Desde logo, conquistou numerosas Lojas em toda a Alemanha e em outros países, onde passou a ser praticado, principalmente, por maçons de origem alemã e logo recebeu o cognome de seu fundador.

O Rito chegou ao Brasil em 1855 e hoje é um dos que mais crescem em terras brasileiras. Entre seus princípios basilares está a prática do humanismo. Sua filosofia é a educação do maçom para uma verdadeira fraternidade.

Mesmo pertencendo a um país dominado pela influência católica e protestante não é encontrado neste rito uma defesa explícita a uma religião particular. Com a influência do humanismo e iluminismo este rito não se restringiu a metafísica (ocultismo/esoterismo) como em outros ritos alemães. Por causa disto ele possui características do ecletismo racionalista. Não possui graus filosóficos visto que a sua filosofia já é encontrada nos três graus simbólicos ou de São João. Também conhecidos como graus de loja "azul".

Apesar de a história relatar fatos antecedentes, o Rito Brasileiro foi criado em 23 de Dezembro de 1914, pelo então Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil, Lauro Sodré. O reconhecimento do rito como legal, legítimo e regular ocorreu em 1916, aprovado pela Assembleia do GOB. A declaração de princípios, regimentos, estatutos e rituais foram implantados em 1917, finalizando assim, o processo de consolidação do rito. No entanto, foi apenas em 1921 que a Loja Campos Sales (SP), começou a praticar o mesmo – também não logrando êxito. Após um tempo de incertezas, é fundado o primeiro Supremo Conclave para o Rito Brasileiro em 1968. Por conseguinte, a Loja Fraternidade e Civismo (RJ) solidifica o rito, passando este a ser reconhecido internacionalmente.

Como o próprio nome diz, o rito é genuinamente brasileiro, possuindo como um dos altos objetivos incentivar o civismo em cada pátria. Assim, este pode ser praticado em qualquer país, desde que adaptado para as realidades locais. É teísta, afirmando assim a crença em Deus, o Supremo Arquiteto do Universo, mas respeitando as convicções dos demais ritos sem quaisquer restrições. No seu brasão, estão gravadas as legendas Urbi Et Orbi (à cidade e ao mundo) e Homo Homini Frater (O homem é um irmão para o homem).

Com duas décadas presente no Brasil o Rito Escocês Retificado, também chamado de RER. É o Rito de vertente francesa mais antigo praticado no mundo, pois foi fundado em 1756, a partir do já extinto Rito da Estrita Observância Templária. Este não é uma reformulação do Rito Escocês Antigo e Aceito, que surgiu mais de meio século depois do RER, porém, ambos têm raízes escocesas. A retificação que aparece na nomenclatura do Rito se deve pela retificação feita no Rito da Estrita Observância Templária e não no REAA.

É um Rito cristão fundamentalmente joanita no simbolismo, que aceita maçons de todos os credos religiosos. Contém grade influência das filosofias da Ordem Martinista e cristã, sendo a reconstrução do homem um dos pontos principais de seus ensinos, que são voltados para reintegração deste ao Grande Arquiteto do Universo.

O Rito Escocês Retificado, para além do simbolismo, possui ainda três graus superiores que são: o grau de Mestre Escocês de Santo André, o grau de Escudeiro Noviço e o grau de Cavaleiro Benfeitor da Cidade Santa. Estes três graus superiores são gerenciados pela oficina chefe do rito que é o Grande Priorado Retificado.